segunda-feira, 12 de agosto de 2013

A Civilização Castreja em Portugal


A citânia de Sanfins (Paços de Ferreira) é sem dúvida a estação arqueológica castreja do Noroeste Peninsular com maior desenvolvimento e regularidade do ponto de vista do ordenamento urbano. É um grande povoado típico da fase final da cultura castreja e o seu início ter-se-á dado com os primeiros contactos romanos na região.

Foto retirada da Wikipédia: autoria de Henrique Matos. 
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Os «castros», são povoados fortificados, colocados estrategicamente em sítios elevados, já com uma densidade populacional intensa e que ficaram conhecidos na História, como civilização castreja. O Norte de Peninsular, foi sempre propício a este tipo de «aldeamentos» devido à sua geografia, e tinham como principal função a defesa estratégica do território. As populações aproveitavam também os recursos naturais dos vários territórios que ocupavam, havendo uma relação direta entre os locais que escolhiam para se fixarem e a economia de subsistência que praticavam. As manifestações de carácter político e religioso, estiveram também presentes e influenciaram a escolha de determinado local para habitar. Há castros mais amplos e tardios que terão desempenhado o papel de lugares centrais, como que metrópoles de territórios bem definidos ou de outros castros cuja função estaria ligada a determinados serviços de carácter religioso relacionados com a existência de um santuário.
Por altura da romanização, alguns destes povoados, terão concentrado em si todas as funções, quer fossem de ordem defensiva, política, social, económica ou religiosa, e que normalmente apelidamos de «citânia» ou «cividade».
A citânia de Briteiros, em Guimarães, ou a citânia de Sanfins, em Paços de Ferreira, têm com objetivo fundamental a defesa do território, pois apresentam uma série de muralhas, reforçadas com outros elementos de defesa complementares.
Além da residência e da descendência, a família castreja teria em comum a atividade económica, os direitos de propriedade e de sucessão e as práticas religiosas.
A mulher ocupava um lugar fundamental dentro desta organização familiar. Não sendo sociedades matriarcais, a herança familiar era transmitida por linha feminina, garantia a subsistência alimentar com a produção de alimentos e participava ao lado do homem, na defesa do território.
Em relação às práticas funerárias, conhecem-se sepulturas no interior da própria habitação, numa fase inicial e mais tarde já realizadas em recinto próprio, dentro do núcleo.
A civilização castreja espalhou-se por toda a Península Ibérica, sendo o Norte de Portugal, o local de eleição desta cultura, com vários vestígios arqueológicos e várias localidades com o nome de “Castro …”: Castro Marim, Castro Daire, Castro Verde, Castro Laboreiro, etc.




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