A
citânia de Sanfins (Paços de Ferreira) é sem dúvida a estação arqueológica
castreja do Noroeste Peninsular com maior desenvolvimento e regularidade do
ponto de vista do ordenamento urbano. É um grande povoado típico da fase final
da cultura castreja e o seu início ter-se-á dado com os primeiros contactos
romanos na região.
Foto retirada da Wikipédia: autoria de Henrique Matos.
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Os
«castros», são povoados fortificados, colocados estrategicamente em sítios
elevados, já com uma densidade populacional intensa e que ficaram conhecidos na
História, como civilização castreja. O Norte de Peninsular, foi
sempre propício a este tipo de «aldeamentos» devido à sua geografia, e tinham
como principal função a defesa estratégica do território. As populações
aproveitavam também os recursos naturais dos vários territórios que ocupavam,
havendo uma relação direta entre os locais que escolhiam para se fixarem e a
economia de subsistência que praticavam. As manifestações de carácter político
e religioso, estiveram também presentes e influenciaram a escolha de
determinado local para habitar. Há castros mais amplos e tardios que terão
desempenhado o papel de lugares centrais, como que metrópoles de territórios
bem definidos ou de outros castros cuja função estaria ligada a determinados
serviços de carácter religioso relacionados com a existência de um santuário.
Por
altura da romanização, alguns destes povoados, terão concentrado em si todas as
funções, quer fossem de ordem defensiva, política, social, económica ou
religiosa, e que normalmente apelidamos de «citânia» ou «cividade».
A
citânia de Briteiros, em Guimarães, ou a citânia de Sanfins, em Paços de
Ferreira, têm com objetivo fundamental a defesa do território, pois apresentam
uma série de muralhas, reforçadas com outros elementos de defesa
complementares.
Além
da residência e da descendência, a família castreja teria em comum a atividade
económica, os direitos de propriedade e de sucessão e as práticas religiosas.
A
mulher ocupava um lugar fundamental dentro desta organização familiar. Não
sendo sociedades matriarcais, a herança familiar era transmitida por linha
feminina, garantia a subsistência alimentar com a produção de alimentos e
participava ao lado do homem, na defesa do território.
Em
relação às práticas funerárias, conhecem-se sepulturas no interior da própria
habitação, numa fase inicial e mais tarde já realizadas em recinto próprio,
dentro do núcleo.
A
civilização castreja espalhou-se por toda a Península Ibérica, sendo o Norte de
Portugal, o local de eleição desta cultura, com vários vestígios arqueológicos
e várias localidades com o nome de “Castro …”: Castro Marim, Castro Daire, Castro Verde, Castro Laboreiro, etc.
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